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Léia Salazar
Psicóloga. Composta por música e tem um caso infinito com a sétima arte. Adora fotografia e tem verdadeiro fascínio pelas palavras.
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

A priori...

Em uma discussão recente com um estudante do décimo semestre de psi., aprendi lições valiosas. Não, ele não me deu nenhuma aula, não me explicou nenhuma teoria, mas me fez refletir (sem intenção) sobre o ser psicólog@ e, mais além, sobre o ser (verbo) humano.
Falava sobre um assunto pessoal oom ele, quando de repente ele me veio com argumentações cheias de pré-conceitos e a prioris, fazendo inferências errôneas e afirmações que eu não havia feito, desconsiderando por completo a história que eu havia contado e focando apenas no que ele achava (de acordo com a perspectiva dele) errado. Resumo da ópera: foi um juízo de valores total, uma imposição do que ele considera certo em detrimento de tudo que eu havia exposto. Desastroso!! Até brinquei dizendo que se fosse em um consultório, o paciente não voltaria e faria questão de não indicá-lo a nenhum conhecido. O contra-argumento foi que ele não estava ali como psicólogo. Sim, e nem eu o tomei como psicólogo, foi apenas uma brincadeira.
Mas nessa brincadeira me veio a reflexão: Por que habitualmente somos cheios de pré-conceitos e esperamos que como psicólog@s não sejamos assim? Será que o fato de entrar em um consultório e sentar na cadeira d@ psicólog@ vai nos dar superpoderes e nos tornar seres humanos perfeitos? Será que para treinar o ser psicólog@, não temos que treinar o ser (verbo) humano da melhor forma? Qual a garantia de que não faremos juízo de valores dentro do consultório, se já fazemos tanto isso fora dele?
Não quero com isso dizer que temos que ser perfeit@s, abrir mão das nossas opiniões, valores, etc., quero apenas fazer um exercício de reflexão com as essas questões que foram apontadas acima. E outras também, de pessoa para pessoa, como: é preciso "atacar" o outro para fazer valer sua visão? E de estudante de psicologia para estudantes de psicologia e psicólog@s: somente a teoria pura, sem a experiência com o outro, sem o exercício de olhar para o outro tentando compreende-lo e não julgando-o, nos tornarão profissionais de excelência que fazem uma diferença na vida de nossos pacientes?
Eu, apaixonada pela psicologia como sou, penso que o ser psicólog@ vai muito além de ter um diploma, "um CFP", um consultório... É um ofício que requer lapidação constante de nós mesmos.

"Por aprendizagem significativa, entendo, aquilo que provoca profunda modificação no indivíduo. Ela é penetrante, e não se limita a um aumento de conhecimento, mas abrange todas as parcelas de sua existência." (Carl Rogers)